terça-feira, 24 de outubro de 2017

STJ manda soltar empresário que mandou matar Ana Karina


Por unanimidade de votos, o Superior Tribunal de Justiça decidiu ontem (24) que o empresário Alessandro Camilo, acusado de ser o matador da jovem Ana Karina, aguardará julgamento em liberdade. Alessandro, que está preso a mais de sete anos, foi pronunciado pelo crime, juntamente com outros três réus. O corpo da vítima nunca foi encontrado.
Em 2013, por maioria de votos, o Tribunal do Júri da Comarca de Parauapebas condenou, na noite desta quinta-feira, 21, o réu Florentino de Sousa Rodrigues, a 24 anos de reclusão em regime fechado, por homicídio duplamente qualificado. O réu é um dos quatro acusados de envolvimento na morte da comerciária Ana Karina, em 10 de maio de 2010. O juiz negou ao réu o direito de recorrer da sentença em liberdade. Neste caso, o acusado continuará preso em presídio da Região Metropolitana de Belém.

A pena do réu foi agravada pelo concurso material (ocultação de cadáver), mas os jurados repulsaram o crime de aborto sem o consentimento da gestante. Em sua sentença, o juiz destacou que, em relação à personalidade do réu, “o agente demonstra-se como insensível, autor do crime contra a vida, tipo de repulsa, pois tutela um dos maiores – se não o maior – bem jurídico: a vida” e que “os motivos da ação são injustificáveis, não havendo argumento plausível para a grave conduta”.

Atuaram no julgamento, os promotores Danilo Pompeu Colares e Guilherme Chaves Coelho, além de o advogado do réu, José Dias de Souza. Os outros três réus do processo, Alessandro Camilo de Lima, Grasiela Barro Almeida e Francisco Assis Dias também foram pronunciados pelo crime, mas estão recorrendo da decisão.

Entenda o caso

De acordo com os autos do processo, Ana Karina, que estava grávida de nove meses, foi assassinada em 10 de maio de 2010, figurando como suposto mandante o pai da criança que esperava, Alessandro Camilo. Conforme a denúncia, Alessandro teria planejado o crime com o apoio de sua noiva, Graziela, e atraído a vítima para uma emboscada. Alessandro, sob o argumento de que repassaria valores a Ana Karina para as despesas do parto, marcou encontro com a vítima, levando-a para um local ermo, onde já aguardavam Francisco de Assis Dias, e Florentino de Souza Rodrigues.

A vítima foi morta a tiros, sendo depois colocada em um tambor que estaria na carroceria da caminhonete de Alessandro, e jogada no rio Itacaiunas. Antes, no entanto, os acusados teriam colocado pedras no tambor e feito perfurações, para que permanecesse no fundo do rio. O corpo da vítima, embora os acusados tenham apontado o local onde foi jogado o tambor, nunca fora encontrado.

Ainda de acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, o crime teria sido motivado em virtude da pressão que Ana Karina estaria fazendo com Alessandro, para fazer frente às despesas com o nascimento da criança. Além disso, haveria ainda a intenção do acusado em não pagar pensão alimentícia.

RedaçãoJanderson Carlos
ReportagemJ.Carlos

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