Morte após parto gera polemica em Marabá

A morte de Taliany Michely de Sousa Rosário (foto), junto com seu filho por conta de complicações durante o parto no Hospital Materno Infantil (HMI) tomou conta do noticiário local e das redes sociais esta semana. A prefeitura emitiu nota de esclarecimento sobre o assunto, mas a família das vítimas não se conforma com o atendimento dispensado à mãe e ao filho nas horas que precederam a tragédia.

Contactado por telefone, Luziel Souza, que era esposo de Taliany, fez questão de deixar claro que não está culpando ninguém da equipe médica pelo que aconteceu, mas fez duras críticas ao atendimento de forma geral. Ele lembra que teve de gritar para chamar atenção dos atendentes para que estes se atentassem para a situação delicada de Taliany.

Além disso, depois que ela foi levada para a sala de cirurgia, o bebê foi retirado já sem vida e Taliany estava entubada, outro problema grave ocorreu. Segundo Luziel, o Samu foi acionado pra transferir a esposa dele para o Hospital Regional de Marabá. Ocorre que a ambulância do Samu só chegou cerca de quatro horas depois. “Esse tipo de coisa tem que acabar. Ninguém merece passar por isso”, desabafou.

Por sua vez, a prefeitura emitiu nota de esclarecimento informando que Taliany deu entrada no Materno Infantil com quadro de “descolamento prematuro de placenta, que tem como suas características a abundante hemorragia interna, sendo comum a elevação do consumo dos fatores de coagulação na tentativa do organismo em se auto estabilizar. O quadro foi diagnosticado e a paciente foi imediatamente submetida a uma cesariana onde se constatou que o feto já estava sem vida sendo confirmado o diagnóstico descolamento de placenta pela equipe médica”.

Ainda segundo a prefeitura, todos os procedimentos foram feitos, incluindo transfusão de hemácias para conter a hemorragia. Logo em seguida, durante o intra-operatório a equipe médica procedeu a uma histerectomia, na tentativa de salvar a vida da paciente. “Logo após essa cirurgia a paciente foi colocada em observação e ligada a monitores de batimento cardíaco e saturação. Às 9h10, a paciente retornou ao centro cirúrgico para uma nova cirurgia, onde a equipe executou uma laparotomia exploratória para identificar a origem do sangramento. Sendo constatado o sangramento difuso característico do consumo excessivo de seus fatores de coagulação, quadro que é definido como coagulação intravascular disseminada que é uma complicação da patologia inicial (descolamento prematuro de placenta). O procedimento terminou às 10h50, onde a equipe médica solicitou a transferência da paciente ainda em estado grave para a UTI do hospital Regional”.

A nota da prefeitura diz ainda que a equipe do SAMU foi acionada imediatamente. Ao chegar ao HMI para transportar a paciente, a mesma já estava em óbito. A diretoria técnica do HMI solicitou o encaminhamento ao IML para confirmação da causa da morte da paciente. “O Hospital Materno Infantil em respeito à dor da família informa que todos os procedimentos para salvar a vida da paciente e da criança prematura foram efetuados e está à disposição para quaisquer esclarecimentos”, finaliza a nota oficial.


J.Carlos trazendo informações em tempo real.